domingo, 27 de abril de 2008

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Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem de minha natureza. Descobri que não sou disciplinado por virtude, e sim como reação contra a minha negligência; que pareço generoso para encobrir minha mesquinhez, que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado e sempre penso o pior, que sou conciliador para não sucumbir às minhas cóleras reprimidas, que só sou pontual para que ninguém saiba como pouco me importa o tempo alheio. Descobri, enfim, que o amor não é um estado da alma e sim um signo do Zodíaco.

Memórias de Minhas Putas Tristes - Pg. 74)
Gabriel García Márquez
foto: Antonio Louro

3 comentários:

Fabiana Gusmão disse...

texto foda
assim como vc
até roubei ^^
saudadeeeeeeeeee
=****

Anônimo disse...

"Havia achado, sempre, que morrer de amor não era outra coisa além de uma licença poética".


Gabriel Garcia é foda
igualzim vc, a pessoa mais foda q eu conheço do nordeste!

Anônimo disse...

''descobri, enfim, que o amor não é um estado da alma e sim um signo do Zodíaco''

digae!*.*

thiii, ;*

isa.