bom é lembrar
que o mar
está sempre lá...
ah! os tempos de mah,
nostalgia...
satisfaz recordar
que há mah é viver,
frustrante perceber,
e agora avaliar,
o quanto eram bons,
encontros
em mesa de bar.
para Maria
poesia: thi e zé
foto: Pedro Casquilho
bom é lembrar
que o mar
está sempre lá...
ah! os tempos de mah,
nostalgia...
satisfaz recordar
que há mah é viver,
frustrante perceber,
e agora avaliar,
o quanto eram bons,
encontros
em mesa de bar.
para Maria
poesia: thi e zé
foto: Pedro Casquilho
ontem
choveu como
se fosse maio
e como se
não fosse
parar jamais
até choveu estrelas
para alegria
dos casais
só chove assim
quando eu caio,
tu cais.
Poesia: Mucio Góes
Foto: pedro casquilho
houve um tempo
em que nossas lembranças
eram incríveis,
lembrávamos um do outro,
éramos infalíveis.
hoje a nossa memória
anda carente de indícios,
as cartas que um dia trocamos
não passam de vestígios
fenícios.
poesia: mister m
foto: Emanuel Amaral
não fosse
esse outono,
diria ser verão.
em recife
faltam nuvens,
saudades
não.
ô L*** pq essa saudade insiste em fazer verão?! saudade estranha... de algo que nunca tive e ao mesmo tempo pareço ter sempre tão perto, sempre tão longe! :(
poesia: mister m
foto: tariana mara
nina, menina,
me dá uma pista,
se encena, me ensina,
sem que eu insista,
me assanha, me acena
tua senha, facilita
minha conquista.
me dá uma pista,
me nina, morena,
me ensina, me mostra
uma outra cena,
me diz do que gosta
a tua boca pequena,
me deixa sentar ao teu lado,
dançar colado contigo,
me deixa sentir o teu dentro,
teu abraço abrigo,
deixa que eu te lance
um laço, ou um míssil
de longo alcance.
morena menina,
me dá uma pista
antes que eu desista,
qualquer pista falsa,
que eu sigo a minha sina,
faço rock, um pop dessa valsa.
menina, me ensina,
como é que eu faço
para ver colada na tua
a minha retina.
como faço L***???
poesia: mister m
foto: David Sousa
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.
Carlos Drummond de Andrade
foto: Hugo Tinoco
Quando eu a conheci
Você não era assim tão fria
Vivia a me admirar
Queria então, viver pra mim.
Porém você pecou
Fez-me um Deus do amor
Sequer tentou saber
Se eu via em você
Uma Afrodite
E agora acredite ou não
Cansei de ver meu coração
Sem apetite
E antes que ele grite em vão
Terei que achar a solução
E o meu palpite é
Amanhecermos nus
Cercados de lençóis
E nesse instante ateu
Serei seu Eros
Serei seu elo
Seu Deus e amor.
poesia: Suelyton Melo
foto: Paulo Almeida
Eu hoje tive um pesadelo
E levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo
E procurei no escuro
Alguém com seu carinho
E lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
De um tempo em que era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo
Hoje eu acordei com medo
Mas não chorei nem reclamei abrigo
Do escuro, eu via um infinito
Sem presente, passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim (que não tem fim)
De repente, a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio, mas também bonito porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu há minutos atrás
Cazuza
foto: Antonio Fonseca
Esse tempo que não passa,
nem passeia,
o tempo só me trapaceia,
enquanto lentamente passa,
coisa feia, fazendo pirraça
da desgraça alheia!
Esse tempo que não pára
lentamente de passar,
deixando tudo mais além,
melodia quebrando
o silêncio de alguém.
Pra que prece, pra que praça,
se esse tempo não tem pressa?
Quanto mais lentamente passa,
mais aumenta essa falta de ar,
esse estado ausente, latente,
esse hoje que não quer parar.
Esse cheiro romã, essa febre terçã,
até mesmo esse afã de nós dois,
tudo tem de esperar pra amanhã,
renegado a esse mero depois.
poesia: Múcio Góes
Tenho a virtude,
ou seria o defeito,
de acreditar em tudo
de tudo que é jeito.
Ver para crer,
desde quando?
basta me contar
e já estou acreditando.
Neste poema, por exemplo,
eu acredito,
mesmo não estando escrito.
E por incrível que pareça,
eu acredito até
em dor de cabeça.
poesia: Mister M
foto: Samy
Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
amo-te assim... mesmo sabendo que corro perigo, não tenho medo!
Vinicius de Moraes
texto: m
Foto: Margarida Amaral
era um amor tão bonito,
até parecia valer a pena,
aquele amor tatuado,
suado amor, de dor amena.
aquele amor infinito,
pleno de planos,
ausente de enganos.
um verso valsificado,
que já foi Tango,
Foxtrot, e virou Fado.
nessa viagem,
aquele amor longa metragem
teve vida curta,
um mero meteoro
pela noite apressado,
e tudo dele que restou:
esse desenho desanimado.
poesia: Múcio Góes