Li o seu futuro na borra de café. E eu não estava lá.
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
POESIA NÃO SERVE PRA NADA
terça-feira, 23 de agosto de 2011
É...
Eu adoraria dizer que tudo vai dar certo para nós, e prometo fazer tudo que eu puder para que isso aconteça. Mas se mais voltarmos a nos encontrar, e se isto for verdadeiramente uma despedida, sei que nos veremos em outra vida. Nós nos encontraremos de novo, e talvez até lá as estrelas tenham mudado, e então nós nos amaremos, não só naquele momento, mas por todas as vidas que tivemos antes."
(Nicholas Sparks em: Diário de uma Paixão)
terça-feira, 29 de março de 2011
Nosso Estranho Amor
Não quero sugar todo seu leite
Nem quero você enfeite do meu ser
Apenas te peço que respeite
O meu louco querer
Não importa com quem você se deite
Que você se deleite seja com quem for
Apenas te peço que aceite
O meu estranho amor
Ah! Mainha deixa o ciúme chegar
Deixa o ciúme passar e sigamos juntos
Ah! Neguinha deixa eu gostar de você
Prá lá do meu coração não me diga
Nunca não
Teu corpo combina com meu jeito
Nós dois fomos feitos muito pra nós dois
Não valem dramáticos efeitos
Mas o que está depois
Não vamos fuçar nossos defeitos
Cravar sobre o peito as unhas do rancor
Lutemos mas só pelo direito
Ao nosso estranho amor
Caetano Veloso
Foto: Luiz Machado
segunda-feira, 14 de março de 2011
Tá bom então
Segue teu rumo, faz o que tiver que ser feito
E pra me deixar aqui, inventa qualquer desculpa
Aumenta os meus defeitos.
Diz que eu não presto
Ou que não sirvo...
Ou melhor...
Diz a verdade, porra!
Você nunca quis nada demais comigo.
Vai embora e vive esse teu amor
Que mal chegou
Já te levou e te virou do avesso
Vai...vai...que isso é só o começo...
Lá pelo "meiar" da história você vai lembrar de mim
Agora não, só quando a paixão se despedir
Aí sim...Você vai lembrar daqui,
Você vai lembrar de mim....
Você vai querer tudo que eu te fiz
Mas não vai querer voltar pra mim
Você vai querer que eu esteja aí
Estando aqui...é...
Dá até vontade de rir...
Aí quando a paixão se esvair
E restar apenas a verdade
Aí sim, você vai sentir saudade
E a outra parte, se parte, se vai
Aí meu bem...
"Foi triste"
Vai ver que viveu o que não existe
E o que era verdadeiro, você deixou
Por derradeiro...
Corre meu bem
Ainda dá tempo...
To juntando as coisas
Mas ainda tô no apartamento.
“Já já” não vai dar tempo,
E tempo voa
Corre meu bem
Não tenho muito tempo
Pra ficar a toa...
Aline Amorim
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
OH! LINDA DEMAIS
Tem dias que a vida parece nos limitar as possibilidades. É como se alguma espécie de anjo, arcanjo, secretário, força ou afins agisse num determinado esforço que nos paralisa. Quer saber? Até uma dorzinha de cabeça parece que vem a propósito. A cama parece grudar nas costas, e não há programa que nos sacie. Se o camarada gosta de algo, por exemplo, uma comida. Se o sujeito é louco por pizza, e se estiver dias sem comer é capaz de rejeitar a mais apetitosa.
Ele decidiu aceitar passivamente a situação.
O roteiro cama/cozinha já estava saturado. Na TV o tal Big Brother nunca foi sua praia. Abriu uma cerveja, ligou o computador, e logo viu na caixa de entrada alguns e-mails de propaganda. Embalado pelo clima, sentiu-se bastante desimportante e desligou a máquina.
Jogado no sofá, copo na mão, ligou o som. No rádio Lenine cantava Paciência, e antes do fim da canção, ele adormeceu. De repente um sonho. Um sonho agradável. Numa ruela de Olinda um bloco, um bloco só de mulheres, muitas, e ele no centro de tudo, fascinado com aquela visão. Todas elas usavam máscaras, e todas as máscaras eram iguais. Em vão, tentava descobrir seus rostos, mas sequer conseguia tocá-las. Esfregava os olhos, parecia um sonho, e agora todas elas eram Colombinas, e dançavam em sua volta, até que uma delas se aproximou, mostrou o rosto, e lhe deu um rápido beijo antes de sumir no ar.
Acordou. Atordoado trocou de roupas pensando no que sonhou.
O telefone! Uma amiga chamando para uma volta na cidade. Olinda sempre foi um convite interessante, imagina às vésperas do carnaval. Meio a contragosto resolveu aceitar e lá se foi sem esperanças de melhorar o dia.
Fulano havia dito a sicrano de um show de não sei quem, não sabia bem aonde, mas que seria legal. E lá foram os dois conversando ruas afora até que acharam o local, pero, atrasados. Sem show, nem vela, rumaram para o Carmo, tomar umas cervejas num dos barzinhos da região. Foi ali, na companhia da amiga e de mais outra amiga, essa, amiga da amiga. De cara percebeu que a amiga da amiga era do tipo que ninguém quer como inimiga. Lembrou-se nunca ter conhecido uma mulher que usasse peruca. E não é que ela fica uma graça com suas melenas negras? Deu-lhe certo ar de menina, meio moleca, sapeca. Lembrou que lera nalgum lugar sobre o “perigo” que meninas podem representar, como verdadeiras ‘smart-bombs’. Mas, como falou Freud, quem sai na chuva é para se queimar.
Conversas, sorrisos, cervejas e olhares, não necessariamente nessa ordem, fizeram correr os ponteiros. Depois das despedidas, já em casa, na cama, buscando o sono. Uma imagem, ou melhor, um rosto lindo no horizonte limitado do quarto escuro. Dois olhos castanhos, o largo sorriso, aquela doçura. O resto da noite correu, e no quarto escuro, ele e o teto.
Pulou da cama para o chuveiro. Tinha marcado almoçar com elas, já que domingo não deve ser apenas aquele dia chato em que ficamos em casa pensando porque domingos são sempre tão chatos. Depois do almoço, e de ter prestado mais atenção na moça que na comida, - ela agora sem a peruca, com seu cacheado castanho ainda mais bela - saíram para bater pernas. Olinda às vésperas de momo vira um só bloco, basta abrir a porta e uma troça carrega o sujeito ladeira abaixo. Mas, em se tratando de carnaval multicultural, nada de se estranhar ao encontrar um trio de forró numa esquina marcando o ritmo.
E foi assim, num forró em fevereiro, num barzinho em Olinda que de repente um sonho, num desses dias que a vida parece nos limitar as possibilidades; um beijo mostrou a um cara entediado que qualquer domingo fica lindo com aquela moça por perto, e sorrindo.
Baseado em fotos reais
Múcio Góes.
Foto: Rodrigo Dias
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
mar & cia
de calmaria
a mar revolto
numa semana
se a sorte
não me engana
é você
quem me oceana
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
A Solidão e Sua Porta
Quando pelo desuso da navalha Arquitetar na sombra a despedida Com tudo que é insolvente e provisório Carlos Pena Filho
Quando mais nada resistir que valha
a pena de viver e a dor de amar
E quando nada mais interessar
(nem o torpor do sono que se espalha)
A barba livremente caminhar
e até Deus em silêncio se afastar
deixando-te sozinho na batalha
Deste mundo que te foi contraditório
Lembra-te que afinal te resta a vida
e de que ainda tens uma saída
Entrar no acaso e amar o transitório.
Foto: José Maria de Carvalho