Bateram à minha porta em 6 de agosto,
aí não havia ninguém
e ninguém entrou, sentou-se numa cadeira
e transcorreu comigo, ninguém.
Nunca me esquecerei daquela ausência
que entrava como Pedro por sua causa
e me satisfazia com o não ser,
com um vazio aberto a tudo.
Ninguém me interrogou sem dizer nada
e contestei sem ver e sem falar.
Que entrevista espaçosa e especial!
Pablo Neruda
foto: Ana Maria Rocha
sábado, 2 de agosto de 2008
Acontece
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2 comentários:
A poesia de Neruda é tão diferente das convencionmais, gosto disso nele!
gosto dessa poesia aqui..
"Quero apenas cinco coisas..
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando."
beeeijo
Grande Neruda!
Amei o post... Tempo q nao corria aqui pra dar uma espiadinha....
xêiro
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